Spider-Man: Shattered Dimensions

Ao lançar teias por diversas dimensões em busca de um artefato mágico, o Homem-Aranha participa do seu melhor jogo até hoje

| Produtora: Beenox | Editora: Activision | Lançamento: 07/09/2010 | Plataforma: X360/PS3/Wii

O melhor: O melhor jogo do Aranha até hoje | O pior: Os objetivos se repetem e os chefes custam a morrer

Definitivamente não dá para se cegar quanto ao tamanho do esquadrão de fãs que estampa no peito o amor pelo Peter Parker e seus poderes aracnídeos. Porém, a notícia boa é que aquela sua namorada menos fervorosa pelo herói (eu sou uma delas) também poderá se deleitar nesse game fiel à aventura dos quadrinhos.

Diferente dos jogos anteriores, em que a premissa focava-se nos filmes, "Shattered Dimensions" traz à tona a origem do herói pegajoso. Inspirado completamente nas HQs, aqui é mostrado um Homem-Aranha em diversas formas e versões: Noir, Amazing, Ultimate e 2099.

A jogabilidade das realidades é parecida, mas com particularidades distintas. Na dimensão Noir você anda pelas sombras para acabar com a raça dos oponentes de maneira discreta em estilo stealth; na Amazing vemos um Spidey clássico no qual a força nos combates é o seu principal trunfo; Ultimate foca na força e faz o Aranha vestir seu traje negro; e a versão 2099 oferece mais agilidade e um modo que paralisa o tempo - o que torna possível se esquivar de mísseis e quebrar a cara do inimigo com maior facilidade.

Apesar das diferenças, em todas as versões você participa de combates mano a mano e trafega pelo ar utilizando sua teia. Além da jogabilidade, as realidades também trazem visuais diversos. O universo Amazing é a casa do Spidey original; Noir tem um clima obscuro da década de 1930; em Ultimate vemos um Aranha jovem e ligado a Venom; e 2099 expõe uma visão futurista.

Ao que você pode perceber até aqui há um milhão de características boas, não é? Porém, elas não vêm sozinhas: problemas também permeiam o jogo todo.

O game se divide em episódios, cujas missões estão em conseguir matar vilões e resgatar um pedaço do artefato mágico,que foi despedaçado criando dimensões paralelas. Seu objetivo é navegar por mundos alternativos e resgatá-lo para restaurar a realidade novamente.

Funciona assim: você é apresentado ao vilão da vez; aí, usando as técnicas propostas àquela dimensão, você progride pela fase, encontra com o inimigo e bate, bate e bate mais um pouco nele. Pronto, você sente aquele alívio de missão cumprida. Mas, não, ele não morreu. Ele simplesmente fugiu e você terá que ir atrás dele de novo. Quando finalmente o encontra, você bate, bate, bate e ele... foge outra vez.

Por conta disso, chega uma hora em que você enjoa, joga o controle do lado, faz cara de tédio e para de jogar. As repetições se prolongam em praticamente todas as missões.

Além de contar com um tormento infernal de câmera que muitas vezes te faz morrer e leva para lugares que você não quer ir. Um dos pontos mais sofríveis aparece na versão Noir, que obriga a caminhar pelas sombras, porém a belezinha da câmera te leva para o lugar iluminado, e aí lascou porque os inimigos te vêem e você toma tiro de graça.

Apesar das queixas, “Shattered Dimensions” tem diversos acertos. Alguns níveis de batalhas são tão fenomenais que você sentirá seus olhos brilharem em frente à tela. Diria que, ao degustá-lo, você viverá um misto de euforia e aflição. Infelizmente, o jogo não se equivale à “Arkham Asylum”, mas mesmo assim não restam dúvidas que “Spider-Man: Shattered Dimensions” conquistará os fãs mais xiitas, e não só...