terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sexo e Aids depois dos 50

Livro "Sexo e Aids depois dos 50".
Baseado no trabalho que realiza no ambulatório do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, da Secretaria de Estado da Saúde, o médico infectologista Jean Gorinchteyn lança nesta quarta-feira, 21 de outubro, na capital paulista, o livro “Sexo e Aids depois dos 50”. Parte da renda será destinada ao próprio hospital.

A obra, que conta com prefácio do infectologista e diretor do Instituto, o médico David Uip, e com comentários de personalidades como Paulo Goulart, Nicete Bruno, Lima Duarte e Adriane Galisteu, aborda o drama da revelação do diagnóstico entre pacientes, muito desses casados com filhos e netos, situação que compõe um quadro de impacto psicológico e social, motivador do desfecho de elos familiares, sociais e profissionais.

Também comenta formas de contaminação, situações cotidianas que podem representar ameaças de contágio e exemplos de superação de pacientes, que fazem do arrependimento pela falta da prevenção uma marca de suas batalhas contra a doença.

“Discutir sexualidade por si só é um tabu e fazê-lo em pessoas acima de 50 anos se torna uma missão árida, principalmente porque misturar sexo e Aids é ir além do debate do sexo, mas abordar hábitos, desejos e fantasias diferentes do que foi estabelecido como moral, ético e aceito pela sociedade”, afirma o autor.

Segundo o infectologista, essa faixa etária, pertencente à era pré-Aids, foi vítima da desinformação, enfrentando dificuldade no manuseio e na aceitação do preservativo dentro de suas relações.

Como resultados, sobrevivem à indignação de muitos pacientes que imaginavam que a Aids era uma doença exclusiva dos jovens e à vulnerabilidade de muitas mulheres que não puderam se proteger, sendo vítimas de seus próprios cônjuges.

“Quando o avô ou o pai de família é moralista e exigente e se vê na condição de contaminado há a eclosão de todos os preconceitos possíveis, evidenciando o quanto a doença social trazida pelo HIV é mais avassaladora que as próprias doenças oportunistas advindas deste quadro”, ressalta Gorinchteyn.

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