quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cinema - M. Fassbender vive viciado em sexo em ´Shame`

  'Shame' gira em torno do bonitão Brandon, sujeito bem-sucedido que mora em Nova York e tem uma vida quase perfeita, se não fossem seus problemas para se relacionar intimamente. Sua fuga esta no sexo - frívolo, banal e sem pudor.

O astro em potencial revela que enfrentou um difícil papel de um viciado em sexo, em Shame

  O roteiro de "Shame" foi escrito por McQueen e Abi Morgan (The Hour) e trata-se de um poderoso e desconcertante estudo de personagem – talvez verse sobre a solidão e, ao mesmo tempo, o vício em sexo. Fassbender interpreta Brandon, o estereótipo do nova-iorquino bem-sucedido. Para o mundo exterior, ele vive um sonho. Tem um apartamento descolado (na verdade, um tanto estéril), um emprego fantástico, blusas elegantes de cashmere com gola ‘v’. Mas ele tem um segredo. Ele quer, ele precisa, sem parar, de sexo: contrata prostitutas; não consegue chegar ao final do dia sem se masturbar no banheiro do trabalho; seu computador é cheio de pornografia pesada; ele vaga por uma boate gay em busca de um boquete. Não há uma gota de prazer nisso tudo. É então que sua irmã (Carey Mulligan, uma loira platinada, destilando seu charme de capitã de equipe de basquete) aparece. Ela é o oposto de Brandon, carente, desorganizada, neurótica. Todos defeitos que transbordam à vista de todos.

  Sem qualquer embasamento propriamente científico, proponho: Shame parece ser um filme particularmente difícil para o público feminino. Isso diverte Fassbender. Ele me encara com um sorriso sarcástico e olhos azuis cortantes. “Para as mulheres assistirem? Como você acha que foi para mim?” Justo. Mas, arrisco, nós assistimos ao filme embaraçados, vendo Brandon como um exagero da sexualidade masculina. Ele faz exatamente o que os psicólogos evolucionistas dizem ser a sina masculina: sexo com o maior número possível de mulheres.

  Fassbender não compra a ideia. “Imagino que é isso o que várias garotas estão pensando. Mas definitivamente não é esse o cenário.” Ele faz uma comparação com o alcoolismo. “Muitas pessoas bebem socialmente. Mas elas não têm de acordar de manhã vomitando, injetando álcool em seu corpo apenas para que ele funcione. A maioria dos homens pensa muito em sexo. Nós sabemos disso. Mas, para alguém como Brandon, é uma compulsão. É aí que entra a culpa: quando você não está mais no controle de suas escolhas”. E ele ri: “Não se preocupe, seu namorado não é Brandon. Quer dizer, eu não sei... talvez seja?”.

  Gostei muito de um comentário feito por McQueen no lançamento de Shame em Veneza. “É difícil ser um humano hoje em dia. Eu queria mostrar que somos frágeis. Não é algo bonito de se ver. Eu só queria tirar o caramujo da concha e permitir que olhássemos para nós mesmos.” Isso de certa forma resume o homem e seus filmes: subversivos, provocativos e excessivamente sinceros.

Confira o trailer:

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